A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, na tarde desta quinta-feira (03/07), um treinamento de Defesa Aérea, visando à atuação durante as atividades do BRICS, que ocorrerão na cidade do Rio de Janeiro, de 4 a 7 de julho. No exercício, foi simulado um alerta em base, situação em que um caça que esteja em solo é acionado para atendimento a uma emergência, quando detectada ameaça ao espaço aéreo brasileiro. 

“Esse treinamento é uma rotina da Força Aérea. Realizamos essa preparação o ano todo, nas Bases, para estarmos prontos para atuar nas medidas de policiamento do espaço aéreo. Durante o BRICS, qualquer aeronave que ingresse sem autorização nas áreas restritas ou proibidas, sofrerá uma ação como esta e estará sujeita às medidas de defesa”, explicou o Subcomandante do Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR), Coronel Aviador Silvestre Luiz Almeida Cerqueira.

A atividade aconteceu na Base Aérea do Galeão (BAGL), com o emprego da aeronave A-29 Super Tucano. A frota da defesa aérea durante o BRICS contará, também, com o emprego dos caças a jato F-5M.

O adestramento na BAGL envolveu, ainda, unidades de tiro (mísseis RBS 70) e radares de defesa antiaérea do 1º Batalhão de Guerra Eletrônica. Os equipamentos antidrones servem para negar a liberdade de ação de um operador hostil. A ativação se dá mediante coordenação, a exemplo do que já ocorreu em outros grandes eventos.

Ao longo da realização do BRICS, a Marinha do Brasil também atuará sob coordenação da defesa aeroespacial, com um efetivo de cerca de 50 militares. Essas capacidades se complementam na composição do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).

O exercício ocorreu no mesmo local onde, ao longo desta semana, desembarcarão  parte dos chefes de estado envolvidos no evento. A Base Aérea do Galeão prepara uma operação de recepção para cerca de 15 delegações internacionais, o que envolverá mais de 600 militares.

Nos próximos dias, além da Defesa Aérea e da recepção de autoridades, o Comando Operacional Conjunto Redentor, composto pelas três Forças Armadas, sob coordenação do Ministério da Defesa, atuará em ações de contraterrorismo, guerra eletrônica, proteção marítima e fluvial, defesa cibernética e de infraestruturas críticas, proteção de vias de circulação, defesa biológica, nuclear, química e radiológica.

A execução das atividades ocorre de forma integrada e colaborativa com os diversos órgãos de segurança pública. A mobilização das Forças Armadas faz parte de um comprometimento com a sociedade brasileira e com a comunidade internacional na segurança e na defesa do evento e da soberania do Brasil.

Atuação da FAB no BRICS

Os militares da Força Aérea Brasileira estarão empregados, ainda, nas operações de segurança em solo. O Pelotão de Motociclistas da Aeronáutica vai atuar na escolta das autoridades, em conjunto com as demais Forças e órgãos de segurança pública. O trabalho dos batedores é liberar as vias para a passagem das delegações, garantindo a segurança e a pontualidade dos deslocamentos, além de evitar impactos ao trânsito da cidade. Um trabalho que exige grande perícia e atenção a todos os fatores, como condições da via, sinalização do trânsito, travessia de pedestres e possíveis ameaças. 

O Esquadrão de Salvamento Aeroterrestre (PARA-SAR), unidade especializada da FAB, será empregado nas ações contraterrorismo no Museu de Arte Moderna (MAM), onde ocorrerá a reunião da Cúpula do BRICS. A equipe estará de prontidão para realizar a evacuação dos participantes em caso de possíveis ameaças, em sinergia com as demais unidades da Força de Contingência. 

Além disso, uma equipe do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) integrará a defesa contra armas biológicas, nucleares, químicas e radiológicas (BNQR). Em uma possível ocorrência envolvendo esses agentes, equipes da Marinha e do Exército executarão a descontaminação do local, enquanto a FAB possui meios para prestar atendimento especializado às vítimas, realizando, inclusive, a evacuação em aeronaves para hospitais de referência. 

Fotos: III COMAR